1) A inspeção técnica anual é uma garantia que a estrutura não irá colapsar?
R. Infelizmente não. A inspeção técnica anual não tem como garantir que após ser executada não acontecerá nenhum tipo de colapso pontual ou estendido das estruturas. Além das questões operacionais no decorrer do tempo, como; quebra de paletes, choques com os equipamentos de movimentação, dentre outras situações, possui detalhes técnicos de cada modelo, como o sistema de encaixe e de travamento de cada fabricante. Outros fatores que podem ocorrer como recalques no piso e a soltura de travas de segurança são imprevisíveis. Por isso, a importância de se fazer as inspeções diárias e as manutenções corretivas e preventivas periódicas nas estruturas, nos equipamentos de movimentação e demais itens que abrangem a operação..
O que a inspeção técnica pode garantir é que após ser concluída as ações solicitadas e previstas no laudo é que as estruturas como um todo estarão aptas ao uso operacional e com a resistência necessária para executar uma determinada operação de armazenagem, desde que, seguindo as diretrizes normativas e os demais procedimentos de segurança solicitados no laudo. Em resumo, a inspeção técnica anual é uma certificação que as estruturas estão adequadas à operação como um todo.
2) A estrutura porta-paletes é dimensionada para receber pancadas?
R. Não. A estrutura porta-paletes não é dimensionada e não deve receber nenhum tipo de choque, contato ou pancada dos equipamentos operacionais. Por isso, a importância de se instalar os acessórios de segurança como; protetores de coluna, guard-rails, e também outros acessórios quando se fizer necessário, para melhoria no posicionamento e acomodação de armazenagem de paletes ou cargas, e também a instalação de itens de segurança nos equipamentos de movimentação.
3) Qual a necessidade então de uma inspeção técnica anual?
R. A Inspeção técnica anual tem como finalidade de atestar e regularizar tecnicamente a instalação da estrutura ao longo de seu tempo de uso e também verificar se existe necessidade de algum tipo ação corretiva ou preventiva que necessite ser executada nas estruturas ou na operação como um todo, além das inspeções diárias, manutenções corretivas e preventivas periódicas que já devem ser promovidas pelo usuário ao longo da operação. Quando os procedimentos são adotados pelo usuário é minimizado muito os riscos de acidentes na operação.
4) Posso deixar para executar a manutenção corretiva e preventiva somente após ser executada a inspeção técnica anual?
R. Não. As manutenções corretivas e preventivas devem ocorrer ao longo da operação e sempre que necessário, utilizando-se das inspeções diárias executadas pelo usuário como referência. Então situações como; reaperto de chumbadores dos protetores de coluna, reposição e substituição de protetores avariados, revisão geral periódica das travas ou parafusos de segurança das longarinas, substituição de perfis deformados, correção em desalinhamentos ocorridos, substituição de lâmpadas queimadas, reparos no piso, etc., devem ser executados ao longo da operação e independente da próxima inspeção técnica anual.
5) Qual a diferença de usar travas ou parafusos de segurança nas longarinas?
R. Alguns fabricantes optam pelo uso de travas de segurança e outros por parafusos com porcas nos conectores das longarinas. A diferença é que no caso das travas de segurança num eventual colapso elas se desprendem com mais facilidade que os parafusos com porcas que possuem uma a resistência a tração maior, podendo assim repuxar os demais módulos, isso dependendo de cada situação, pois as estruturas são interligadas pelos conectores das longarinas nas colunas. As travas de segurança variam de fabricante para fabricante, alguns conectores e travas se desprendem como mais facilidade e outros com menos, por isso, há necessidade de uma revisão geral periódica estabelecida pelo usuário variando de acordo com a dinâmica de sua operação.
6) A equipe técnica da Sisartex possui experiência neste seguimento?
R. A equipe técnica responsável da Sisartex possui mais de 30 anos de experiência no mercado de sistemas de armazenagem, com passagem em diversas fabricantes e também vivenciando no dia a dia os problemas operacionais comuns a cada usuário e demais situações. Além da experiência empírica ou observativa, já foram executados e presenciados diversos testes de carga em perfis estruturais para verificar como os mesmos se comportam quando intactos e quando são submetidos a deformações e desalinhamentos com perfis de diferentes robustez. A experiência também colabora para identificar as particularidades do material de cada modelo ou fabricante.
7) O que leva ao colapso pontual ou estendido de uma estrutura de armazenagem?
R. Além das questões operacionais já citadas como; quebra de paletes, batidas com muita intensidade por equipamentos de movimentação, desencaixe de longarinas, existem outras situações que podem iniciar um colapso, como; falta de prumo ou planimetria, desalinhamento do conjunto, piso inadequado ou com baixa resistência, dentre outras situações. Porém o risco de um colapso irá depender ainda de diversos outros fatores, entre eles, de como as estruturas estão carregadas, em quantitativo e também do peso que ela está suportando, de sua configuração modular (altura, quantidade de longarinas no módulo, altura do primeiro nível de armazenagem), posicionamento modular das cargas, tipos de travamentos, etc.
Por exemplo, uma estrutura totalmente armazenada com paletes com carga de 600kg/palete irá ter um comportamento diferente de uma estrutura carregada com carga armazenada de 1.200 kg, mesmo possuindo a mesma configuração modular, por isso, os riscos são diferenciados e necessitam ser analisados caso a caso.
8) As longarinas podem ter curvatura ao serem carregadas?
R. Sim. o aço trabalha com um determinado regime de elasticidade até adentrar no regime de plasticidade, a transição entre o regime elástico para o plástico ocorre no chamado limite de escoamento e posteriormente até se atingir o limite de ruptura. Os diferentes tipos de aços utilizados no mercado determinam esses valores mínimos.
No caso das longarinas de porta-paletes operadas com equipamentos convencionais o limite de curvatura ou de flecha admissível é de L/200, ou seja, é com comprimento da longarina dividido por 200. Não é somente esse fator que determina a resistência de uma longarina em seu estado limite de serviço, mas outros fatores que estão atrelados as propriedade geométricas do perfil e propriedades mecânicas dos material.
9) Como devo proceder para ter uma operação segura com porta-paletes?
R. O correto é o usuário executar os procedimentos internos nesta ordem:
a) Elaborar os procedimentos de segurança e operacionais para os operadores de empilhadeira e para os usuários da operação;
b) Executar as inspeções diárias e as manutenções corretivas e preventivas, tanto nas estruturas, quanto nos equipamentos, iluminação e piso, isso logo que ocorrer a situação de risco e também ao longo da operação, não deixando ou postergando para depois, pois além do risco de segurança operacional que pode provocar danos humanos irreversíveis, pode comprometer toda a instalação ao longo do seu tempo de uso;
c) Executar anualmente a inspeção técnica geral para atestar e regularizar a operação como um todo.
10) Nunca fiz uma inspeção e a estrutura está mais de 50% deformada e em condições muito ruins, é viável executar uma inspeção?
R. Viável é, porém é necessário executar uma avaliação técnica e comercial do custo x beneficio, para verificar se compensa corrigir as estruturas que estão num estado muito critico ou condená-las e substituí-las por novas. Neste caso, o parecer da inspeção servirá de parâmetro para que o usuário tome a decisão que melhor lhe atenda.
11) O Engenheiro tem como identificar uma estrutura mal instalada na inspeção?
R. Sim. Um Técnico ou Engenheiro com experiência ou habilitado tem como verificar se as estruturas foram instaladas conforme normativas na sua concepção, se o material já foi reutilizado (desmontado e remontado), e seguir com um histórico a partir da primeira inspeção executada.
12) Posso alterar a configuração dos planos de longarinas por conta própria?
R. Não é recomendável, pois a capacidade de carga das estruturas está atrelada a sua configuração modular. Por exemplo, uma estrutura cujo primeiro nível está a 1.500mm do piso vai possuir resistência diferente do que uma que está a 2.000mm do piso, por isso a importância e necessidade de uma regularização ou validação técnica, antes desta situação ocorrer.
13) Qualquer deformação nos elementos estruturais irá causar um possível colapso nas estruturas?
R. Não. Os índices mencionados em norma é somente uma diretriz para se tomar algumas precauções de segurança. A queda de resistência de um perfil está atrelada além do índice de deformação que este perfil foi submetido, as características geométricas e robustez deste perfil, propriedades mecânicas do material, a localidade da deformação no perfil, ao desalinhamento ocorrido, a configuração modular entre planos de longarinas e a carga total que ela ainda está sendo submetida, porém como forma de precaução o usuário deve isolar este perfil ou local em risco quando algum tipo de deformação ocorrer.
14) A inspeção técnica pode ser executada pelos próprios fabricantes?
R. No Brasil sim, porém muitos usuários optam por empresas independentes para não haver conflitos de interesses entre seu próprio produto e também de seus concorrentes, ou pelo simples fato que muitas empresas já fecharam suas portas e não atuam mais no mercado. A própria norma apesar de ter sua consulta pública já possui grande influência dos próprios fabricantes em seus comitês integrantes.
15) A Sisartex executa os serviços de manutenção nas estruturas?
R. A Sisartex somente fornece a mão de obra para execução de serviços de manutenção, desmontagem e remontagem de estruturas de armazenagem, porém o serviço de inspeção não possui nenhum vínculo com o serviço de mão de obra, ficando a critério do usuário executar a manutenção com qualquer empresa de sua confiança e solicitar uma A.R.T. (Anotação de Responsabilidade Técnica) do serviço executado.
A Sisartex também não fornece perfis estruturais de fabricantes que necessitam ser trocados ou substituídos.
16) Quais as situações mais críticas que devem ser evitadas e observadas na operação com estrutura de armazenagem ?
R. As situações mais críticas na operação de qualquer tipo estruturas porta-paletes que devem ser evitadas são; os contatos dos equipamentos de movimentação com os perfis estruturais, uso de paletes de qualidade ruim, descartáveis ou desconfigurados dimensionalmente e operacionalmente, paletes e cargas mal posicionadas sobre os planos de carga que podem sobrecarregar mais um lado da estrutura do que o outro, peso superior ao estipulado em projeto, corredores operacionais menores que o estipulado pelo fabricante do equipamento de movimentação, dentre outras situações.
17) As estruturas porta-paletes são aptas a receberem cargas concentradas?
R. Geralmente as estruturas porta-paletes são dimensionadas para suportar cargas uniformemente distribuídas sobre os planos das longarinas e em seus respectivos montantes, tanto em termos de carga, quanto de posicionamento. Isso garante que o descarregamento da carga seja realizado de forma uniforme em todo o conjunto. Em casos excepcionais, onde a carga do usuário é concentrada sobre os planos das longarinas, seja pela característica do palete ou de posicionamento, isso deve ser analisado, previsto e dimensionado previamente em projeto.
18) O que deve ser verificado na inspeção diária executada pelo usuário?
R. Na inspeção visual diária o usuário deve observar e relatar todos os itens (checklist) pertinentes à operação e as estruturas, como; paletes quebrados armazenados, paletes ou cargas mal posicionadas, iluminação, recalques e rachaduras no piso, sinalização, perfis deformados, montantes desalinhados observados visualmente e ausência de travas de segurança. A inspeção diária e toda a ocorrência deve ser formalizada por um responsável e por qualquer usuário, bem como, as ações tomadas pelo usuário num livro (ata) de inspeção.
19) O que deve ser executado nas manutenções periódicas?
R. Nas manutenções periódicas ao longo da operação, deve ser executada além das ações corretivas como; troca de perfis estruturais deformados, as ações preventivas como; reaperto de parafusos e chumbadores, substituição de protetores quando necessário e a revisão e reposição de travas de segurança das longarinas com as estruturas descarregadas.
20) As estruturas porta-paletes possuem um tempo de durabilidade determinado?
R. Não. As estruturas não possuem tempo de validade ou durabilidade pré-determinado. As condições de uso e operacionais neste caso são preponderantes para determinar o estado geral de conservação das estruturas. Estruturas usadas que já foram desmontadas e remontadas também podem sofrer um desgaste natural de acordo com seu tempo de uso. Por exemplo, Uma estrutura pode ter um ano de uso e estar num estado bastante crítico e uma outra com 20 anos de uso estar num excelente estado de conservação e ainda apta a sua operacionalidade, pois além das questões técnicas e operacionais, existem as questões climáticas que as mesmas foram ou estão submetidas.
21) Faço a inspeção técnica anual, porém a empresa não executa as ações e recomendações solicitadas no laudo, resolve alguma coisa?
R. Não. Se após ser executada a inspeção técnica, o usuário não executar os procedimentos normativos e demais ações solicitadas no laudo, como; a realização da inspeção diária, as manutenções corretivas e preventivas, ações operacionais, o que vai acontecer será o acumulativo de riscos e de criticidade da instalação até se chegar na próxima inspeção técnica.
22) Qual o padrão de estruturas porta-paletes utilizadas no Brasil?
R. O palete padrão brasileiro é o PBR, padronizado pela ABRAS e que possui as dimensões de 1.00m x 1.20m (PBR1), com configuração, material e resistência necessária para o uso em estruturas porta-paletes convencionais. Então geralmente as estruturas são dimensionadas e configuradas para este modelo de palete. Porém, as estruturas também podem ser dimensionadas de acordo com outros modelos de paletes e cargas para atender a necessidade de cada operação. O importante é que o projeto executado seja implantado de acordo com as reais necessidades de operacionalidade e de segurança.